ATA DA QUINQUAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 09-7-2014.

 


Aos nove dias do mês de julho do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Delegado Cleiton, Elizandro Sabino, Engº Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Mauro Pinheiro, Mônica Leal, Paulo Brum, Pedro Ruas, Professor Garcia e Reginaldo Pujol. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Alceu Brasinha, Any Ortiz, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Mario Manfro, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Séfora Mota, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Do EXPEDIENTE, constou o Ofício nº 075/14, de Ruben Danilo de Albuquerque Pickrodt, Superintendente Regional de Porto Alegre da Caixa Econômica Federal. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Nereu D'Avila, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de ontem. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Bernardino Vendruscolo. Às quatorze horas e vinte e três minutos, foi realizada a chamada para ingresso na Ordem do Dia, constatando-se a inexistência de quórum deliberativo. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 099, 125 e 127/14, o Projeto de Resolução nº 014/14, discutido pelo vereador Idenir Cecchim e pela vereadora Lourdes Sprenger; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 012 e 008/14, este discutido pelos vereadores Reginaldo Pujol, Professor Garcia e Engº Comassetto, e os Projetos de Lei do Legislativo nos 030, 037, 044, 100, 106, 047/14, este discutido pelo vereador Reginaldo Pujol, 123/14, discutido pela vereadora Lourdes Sprenger e pelo vereador Engº Comassetto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Tarciso Flecha Negra, Marcelo Sgarbossa, João Carlos Nedel, Idenir Cecchim, Sofia Cavedon, Fernanda Melchionna e Alceu Brasinha. Na ocasião, por solicitação dos vereadores Pedro Ruas e Professor Garcia, foi efetuado um minuto de silêncio em homenagem póstuma a Plínio de Arruda Sampaio e Roberto Suarez, falecidos, respectivamente, nos dias oito e sete de julho do corrente. Em prosseguimento, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Idenir Cecchim, Líder da Bancada do PMDB, deferido pelo Presidente, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 12 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 12 apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 057/13. Ainda, foram apregoadas as seguintes Emendas e Subemenda ao Projeto de Lei do Executivo nº 057/13: Emendas nos 17 e 18, de autoria do vereador Engº Comassetto, Líder da Bancada do PT; 19, de autoria do vereador Bernardino Vendruscolo, Líder da Bancada do PROS; 20, de autoria do vereador Tarciso Flecha Negra, Líder da Bancada do PSD; 21 e 22, de autoria do vereador Engº Comassetto, Líder da oposição; e 23, de autoria do vereador Idenir Cecchim, Líder da Bancada do PMDB; e a Subemenda nº 01, de autoria do vereador Clàudio Janta, Líder da Bancada do SDD, à Emenda nº 07. Também, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Presidente, solicitando votação em destaque para Emendas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 057/13: de autoria do vereador Engº Comassetto, com relação às Emendas nos 17, 18, 19, 20, 21 e 22; e de autoria do vereador Professor Garcia, com relação à Emenda nº 23. Às quinze horas e vinte e nove minutos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Professor Garcia e Guilherme Socias Villela e secretariados pelo vereador Guilherme Socias Villela. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia 8 de julho de 2014.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente, Ver. Professor Garcia; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores; eu venho à tribuna para fazer, Presidente e Vereadores, um registro. Primeiro, gostaria de lembrar aos colegas Vereadores que não se trata aqui de reclamar de São Pedro, Vereador-Prefeito João Antonio Dib. Todos sabemos o quanto choveu aqui no Estado do Rio Grande do Sul e em Porto Alegre. Ocorre que, com chuva, quando acontecem situações que impõem risco de acidentes à sociedade de modo geral, a Prefeitura tem que estar preparada para, no mínimo, sinalizar. Sabe-se que, para consertar imediatamente, é meio difícil.

Vou mostrar aos senhores. (Mostra fotografia.) Eu pedi para um automóvel estacionar ao lado para que eu pudesse vir aqui hoje e mostrar aos senhores o tamanho dessa cratera. Eu gostaria de dizer ao Dr. Gil Almeida, que nos acompanha aqui, que eu ontem mandei as fotos aos seus cuidados e também ao Secretário Vanderlei Cappellari, com um “urgente”, porque, se não há condições de consertar imediatamente – e aqui quero deixar bem claro que eu entendo que há dificuldade de fazer o conserto –, no mínimo, tem que sinalizar. E aqui há um entroncamento de cinco ruas! Olhem: aqui está o automóvel ao lado da cratera, para que vejam o tamanho dela. Aqui eu estou no entroncamento das cinco ruas para mostrar que não tem sinalização. Os moradores quebraram galhos de árvores do entorno e colocaram aqui. Essa madrugada caiu um automóvel aqui! Há um cruzamento, mas tem mais três ruas. Há um entroncamento, vamos dizer assim, com cinco ruas. Evidentemente alguém que chegar a esse entroncamento, vendo alguns galhos, não vai parar, porque nós vivemos num lugar – e não é nenhuma crítica porque assaltos estão acontecendo em todo o Brasil – onde as pessoas tomam cuidado. Quer dizer, a pessoa seguiu com o automóvel, ela não observou que aqueles galhos eram para sinalizar o buraco, e caiu aqui nessa cratera.

Dr. Gil Almeida, V. Exa. que tem sido muito prestativo, é um parceiro desta Casa, ontem eu lhe enviei cópia e ao Diretor da EPTC, e esperava que hoje nós tivéssemos esse assunto já resolvido ou, no mínimo, sinalizado. Está aqui a fotografia do satélite para mostrar que é um lugar onde tem muitas residências, não é um lugar isolado. Por favor, eu acho que chegou o momento... É impossível que o Prefeito, o Vice-Prefeito, que os Secretários não tenham como montar uma equipe de trabalho para, minimamente, agir nessas horas. Os vizinhos me disseram: “Olha, já apareceu aqui representante do DMAE, já apareceu aqui representante da EPTC, eles vêm, olham e vão embora”. É claro! Eu não estou aqui a reclamar o conserto porque foram muitas crateras que se abriram nesta Cidade, mas, no mínimo, a sinalização para evitar acidentes, Presidente. Isso aqui é extremamente lamentável! Vou mostrar de novo, não é pouca coisa! Isso aqui é um entroncamento com cinco ruas. Eu pedi para um automóvel parar ali para mostrar aos senhores o tamanho da cratera. É uma delas, a maior evidentemente.

Então, não dá mais, a gente acaba “pagando mico” aí na rua por ser Vereador da Capital, porque as pessoas cobram e querem solução. E é muito chato ter que dizer à sociedade: “Olha, realmente, nós estamos com problema no Executivo”. Chega uma hora em que a paciência foi. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às 14h23min): Obrigado, Vereador. Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, a fim de entrarmos na Ordem do Dia. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Dezesseis Vereadores presentes. Não há quórum.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1007/14 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 014/14, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, que proíbe a afixação de símbolo religioso de qualquer espécie no Plenário Otávio Rocha, no Plenário Ana Terra, no Teatro Glênio Peres e em todos os demais espaços públicos ou de uso coletivo da Câmara Municipal de Porto Alegre (CMPA) e dá outras providências.

 

PROC. Nº 1320/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 125/14, de autoria do Ver. Tarciso Flecha Negra, que denomina Rua Assis de Freitas Fagundes o logradouro não cadastrado conhecido como Rua B – Vila dos Eucaliptos –, localizado no Bairro Mário Quintana.

 PROC. Nº 1322/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 127/14, de autoria do Ver. Tarciso Flecha Negra, que denomina Rua João Arthur da Silva o logradouro não cadastrado conhecido como Rua A – Vila dos Eucaliptos –, localizado no Bairro Mário Quintana.

PROC. Nº 1040/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 099/14, de autoria da Verª Fernanda Melchionna, que concede o título de Cidadã de Porto Alegre à advogada e professora Marilinda da Conceição Marques Fernandes.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0415/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 030/14, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que obriga a sinalização de locais que se constituam unidades de conservação municipais.

 

PROC. Nº 0483/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 037/14, de autoria do Ver. Roni Casa da Sopa, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Miguel Ângelo Rangel Silva.

 

PROC. Nº 0524/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 044/14, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que estabelece procedimentos que visam a incentivar a doação de sangue, medula óssea, tecidos e órgãos no Município de Porto Alegre e revoga as Leis nos 10.727, de 15 de julho de 2009, e 10.795, de 21 de dezembro de 2009.

 

PROC. Nº 0564/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 047/14, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que obriga as empresas que realizam eventos artísticos, recreativos, culturais ou esportivos, bem como seus proprietários e seus produtores, a disponibilizar ao espectador ou participante desses eventos seguro de responsabilidade civil destinado à cobertura de danos pessoais que lhes possam ser causados nesses eventos e dá outras providências.

 

PROC. Nº 0823/14 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 008/14, de autoria do Ver. Professor Garcia, que altera o caput e o § 1º do art. 140 da Lei Complementar nº 395, de 26 de dezembro de 1996 – Código Municipal de Saúde –, e alterações posteriores, excluindo os estabelecimentos de saúde do rol de locais em que é proibida a permanência de animais.

 

PROC. Nº 1043/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 100/14, de autoria do Ver. Dr. Thiago, que concede o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao médico doutor Pedro Gus.

 

PROC. Nº 1096/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 106/14, de autoria do Ver. Mario Manfro, que denomina Rua Adão de Campos Torres o logradouro público cadastrado conhecido como Rua Vinte – Jardim Dona Leopoldina II –, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

PROC. Nº 1181/14 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 012/14, de autoria do Ver. Mario Manfro, que altera o caput e o inc. II do parágrafo único do art. 141 da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985 – que estabelece o Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Porto Alegre –, e alterações posteriores, ampliando o rol de casos em que será concedida licença ao funcionário detentor de cargo em comissão.

 

PROC. Nº 1281/14 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 123/14, de autoria do Ver. Idenir Cecchim, que inclui as efemérides Dia de Prevenção ao Câncer Colorretal e Semana de Prevenção ao Câncer Colorretal no Anexo da Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre –, e alterações posteriores, no dia 28 de maio e na semana que incluir esse dia, respectivamente.

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; a 2ª Sessão de Pauta é a derradeira Sessão em que ocorre a discussão preliminar. Faço essa consideração para assinalar que este dia é o último ensejo que nós temos para discutir preliminarmente alguns projetos, especialmente aqueles que, aparentemente, ensejarão algum debate aqui na Casa. Inclusive, caro Ver. Professor Garcia, há um projeto de sua autoria que altera o caput e o § 1º do art. 140 da Lei Complementar nº 395, de 26 de dezembro de 1996 – Código Municipal da Saúde – e alterações posteriores, excluindo os estabelecimentos de saúde do rol de locais em que é proibida a permanência de animais.

Evidentemente que, com a leitura feita assim de forma sintética, que é como deve ocorrer nessa circunstância, podemos perguntar: mas o que é que tem que ver o Código Municipal de Saúde com os animais que, eventualmente, poderão ou não estar em determinados locais? É que, para a saúde pública, é da maior abrangência que se possa considerar, especialmente levando em conta a possibilidade de transmissão de determinadas doenças infectocontagiosas que alguns animais, em circunstâncias específicas, podem transmitir.

Então, eu tenho certeza absoluta de que este projeto do Ver. Garcia deve conter uma Exposição de Motivos suficientemente capaz de oferecer preliminarmente alguns esclarecimentos.

Eu fui surpreendido com a realização deste período de Pauta neste momento, logo no início dos trabalhos desta Sessão, que estranhamente se realiza enquanto não se decidiu ainda a Copa do Mundo. A Copa praticamente paralisou o País, o que foi suficiente para não termos aqui Vereadores em número suficiente para que se pudesse instalar, Ver. Nedel, a Ordem do Dia.

Então, este comentário absolutamente superficial é acompanhado da expectativa de que possamos, ao curso dos exames que seguramente irão ocorrer na parte das comissões, um aprofundamento da análise deste projeto. Como certamente haverá de ter idêntico tratamento o PLL nº 047/14, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que obriga as empresas que realizam eventos artísticos, recreativos, culturais ou esportivos, bem como seus proprietários e seus produtores, a disponibilizar ao espectador ou participante desses eventos seguro de responsabilidade civil destinado à cobertura de danos pessoais que lhes possam ser causados nesses eventos e dá outras providências.

Por isso, Sr. Presidente, vim à tribuna para enfatizar essa circunstância, me reservando para, numa próxima oportunidade, me referir aos projetos que hoje correm 1ª Sessão de Pauta e que passam pela primeira discussão preliminar e que, evidentemente, em número de quatro que são, serão por mim analisados na próxima Sessão Ordinária em que o período de Pauta merecer ser desenvolvido. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu olho o primeiro item da Pauta que estamos discutindo e vejo o projeto, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, que proíbe a afixação de símbolo religioso de qualquer espécie no Plenário Otávio Rocha, no Plenário Ana Terra, no Teatro Glênio Peres e em todos os demais espaços públicos ou de uso coletivo da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências. Sinceramente, eu achei que não precisaria discutir esse assunto porque não apareceria nenhum legislador para propor esse assunto. Eu respeito ateu, eu respeito quem não gosta de algum santo, não gosta de imagem ou de religiões que usam outros símbolos, eu respeito todos. E tem alguns que eu até não gosto, mas eu não tenho o direito de proibir quem gosta de usar. Nós estamos em uma época em que todas, quase todas as religiões estão admirando o líder da Igreja Católica, o nosso Papa Francisco, o argentino Bergoglio. Agora, o nosso colega Ver. Sgarbossa propor que não se use o crucifixo, por exemplo, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre e nos locais públicos?! O meu gabinete é um local público, e eu duvido que o Ver. Marcelo Sgarbossa vá lá se meter no meu gabinete. Eu duvido que ele proíba alguma coisa no meu gabinete! E tenho certeza de que nem aqui no plenário ele vai conseguir aprovar isso, tão absurdo é o projeto dele. Eu o admiro porque ele é valente, mas deve levar palmadinhas da mãe dele quando voltar lá para Ibiraiaras visitá-la. Mãe não fica braba com filho, mas fica triste, e eu acho que ela vai ficar triste quando souber disso.

Então eu acho que nós estamos começando a discutir uma Pauta aqui na Câmara de Vereadores, triste. Triste pauta! Triste ideia! Triste essa ideia. Eu sou católico apostólico romano, mas respeito todas as religiões, respeito muito todas as religiões. Eu não sei se o Ver. Marcelo foi batizado na Igreja católica, mas, se foi batizado, está cometendo uma heresia das brabas e deveria se confessar ou, pelo menos, pedir perdão por essa ideia estapafúrdia, absurda. Absurda essa ideia de querer tirar crucifixo de dentro da Câmara de Vereadores e de tirar de qualquer lugar. No meu gabinete ele não vai se meter! E lá vai ter crucifixo, até não tinha, foi um lapso, mas vou colocar. Eu faço o sinal da cruz todos os dias e não admito que alguém me proíba de fazer isto e de olhar para o crucifixo que nós temos aqui na nossa Câmara de Vereadores e em qualquer lugar público desta colenda. Tenho certeza que meus colegas também repudiarão esta infeliz ideia do meu amigo Ver. Marcelo Sgarbossa.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, antes de entrar na discussão do projeto do Ver. Marcelo Sgarbossa, quero ser solidário a todo o povo brasileiro – o que aconteceu faz parte, é do jogo – e principalmente aos jogadores que estiveram representando 200 milhões de pessoas. É muito difícil. Sou solidário aos jogadores porque já passei não por uma, mas por várias... Assim como sorri, assim como chorei várias e várias vezes. Esse é o esporte, isso faz parte do jogo. A gente fica triste também; estou muito triste.

Também quero dizer ao meu amigo e colega Ver. Idenir Cecchim que eu não vou bater forte porque Jesus Cristo ensinou que, se a gente recebe uma cobra, a gente dá uma flor. Essa será minha maneira, Ver. Sgarbossa. Eu o respeito muito, acho que cada um tem a sua crença, mas neste momento está entrando na vida pessoal de cada um, que é a religião. Se o meu Deus não serve para estar aqui na Câmara de Vereadores comigo, se o meu Deus não serve para estar no futebol comigo, se o meu Deus não pode andar na rua comigo, não pode entrar no cinema comigo, então eu não sei que Deus é esse a quem sou tão apegado com amor, com fé, que me trouxe até este momento com bastante clareza naquilo que faço. Este Deus crucificado, que está aqui na Câmara de Vereadores, é um Deus de todos, não importa a forma deste Deus. Seria impor uma coisa... Eu sou católico, assim como o Cecchim: católico apostólico romano e praticante, porque este é meu Deus, este é o Senhor do amor e da bondade que eu conheço. Por isso eu vim aqui dizer, com muita tristeza: por que esse ataque a Deus, por que esse ataque ao filho de Deus? Porque ele pregou a bondade, o amor, a decência, o carinho, a simplicidade, a humildade? Este Deus não me serve? Qual Deus que me serve?

Então, Sgarbossa, com todo o carinho, lhe digo que este Deus que tenho no coração ninguém aqui na terra vai tirar. E todas as vezes que sento na minha cadeira eu olho para este Deus que está ali crucificado e peço que me dê bastante clareza e bastante seriedade para que eu possa votar por esse povo que acredita no Senhor. Oxalá nos abençoe. E Sgarbossa, eu sei que tu vais pensar bem, porque tu és uma pessoa do bem, e este Deus é essa pessoa que te faz bem. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Marcelo Sgarbossa está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARCELO SGARBOSSA: Boa tarde a todos e a todas. Pedi para falar em Liderança até para anteceder aos demais Vereadores que estão inscritos na Pauta, porque talvez assim eu consiga evitar que outros Vereadores subam aqui sem ler o nosso projeto, porque, se você não lê o projeto, começa a fazer as suas divagações, dizendo coisas que não estão escritas ali, Ver. Cecchim e Ver. Tarciso. Aí fica difícil qualquer tipo de debate racional. O projeto é bem claro, não está falando da retirada de símbolos religiosos do seu gabinete, Ver. Cecchim; ao contrário, ali o senhor tem autonomia, é um lugar público, mas ali é o seu gabinete. Assim como se alguma pessoa, algum Vereador ou alguém do público chegar aqui com algum símbolo religioso pendurado no pescoço, qualquer tipo de símbolo, nem posso imaginar quais seriam, o Estado não deve – e nós aqui somos Estado – interferir na sua religiosidade. Esse é o princípio da laicidade, é a primeira dimensão: o Estado não pode intervir na sua religiosidade! Quem assiste à TV Câmara preste bem atenção no que eu estou dizendo: o Estado, o Governo, as forças policiais, tudo o que representa o Estado não pode interferir na tua religiosidade – princípio constitucional –, nem nos cultos, nem na sua liturgia, na forma que fazem seus cultos. Pois bem, isso é uma dimensão.

A segunda dimensão é que o Estado, assim como não deve intervir na religiosidade de ninguém, proibir ninguém de usar qualquer símbolo, o cara pode ser um servidor público, pode portar em si o símbolo que desejar, é a liberdade de religião. Isso é uma coisa. Outra é o Estado promover uma religião. Aí também não pode, Ver. Cecchim e Ver. Tarciso! O Estado não pode dizer: “Aqui a religião é esta”.

Seguidamente, me vem o argumento: “Mas, Marcelo, a maioria no Brasil é católico-cristã”. Ah! Bom, o argumento da maioria. Então, significa que, quando inverter a maioria, mudamos os símbolos religiosos dos órgãos públicos? Que argumento é esse? É o argumento da maioria que oprime a minoria?

Então, estamos aqui fazendo uma discussão, Ver.ª Fernanda, Ver. Pedro Ruas, demais Vereadores, do mais alto debate político da democracia: o processo de secularização do Estado, ou seja, antes os governantes tinham que pedir a bênção dos religiosos. Separaram isso ao longo da história, não há mais relação entre Estado e Igreja. Pelo menos no nosso mundo ocidental. Há teocracias ainda existentes até hoje, mas aqui no Brasil, principalmente, não se tem mais isso. Então, vejam, o nosso projeto, simplesmente, quer que nos locais públicos, como é este plenário aqui na Câmara de Vereadores, não se promova nenhuma religião. Simples! Porque aqui não é um espaço religioso. Ou eu afirmaria para o Ver. Nedel ou para o Ver. Cecchim: eu nunca vi nenhum Vereador entrando aqui no plenário e fazendo o sinal da cruz! Se forem a um espaço religioso, é comum, é comum. É comum você entrar num espaço religioso e fazer o sinal da cruz. Estou falando, aqui, de uma religião específica, mas este espaço aqui é um plenário da Casa do Povo, como todas essas religiões, e é um espaço onde tem que prevalecer a laicidade. Portanto, não há nenhuma afronta, e aí vem o Ver. Cecchim aqui falar em ateu. Seguidamente, se confunde, confundir é uma técnica argumentativa, ao invés de rebater o argumento, bate na pessoa. Eu até não gostaria de debater a minha própria religião, mas se isso contribui para o debate... É uma pena que a gente tenha que falar das suas próprias questões, ao invés de debater o argumento. Eu fui batizado na Igreja Católica, tenho dois filhos pequenos, os dois foram batizados, recentemente, na Igreja Católica. Está em debate, aqui, a religião de quem propôs? Eu acho que não. Não adianta debater, vir para cima do autor, dizendo que o autor não acredita, que é um atentado contra a religião, porque o autor é uma pessoa religiosa. Mas o autor estudou e entendeu que uma coisa é religião, que o Estado não deve interferir. Eu quero terminar com isso. O Estado não deve interferir na sua religião, mas também não deve promovê-la. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereador.

 

O SR. PEDRO RUAS (Requerimento): Sr. Presidente, peço em nome da Ver.ª Fernanda Melchionna, da Ver.ª Sofia Cavedon e de todos os Vereadores e Vereadoras, que eu sei que gostariam, só que essas me falaram, que façamos um minuto de silêncio pelo falecimento do grande militante político, Plínio de Arruda Sampaio.

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Deferimos o pedido, e quero também incluir o Sr. Roberto Suarez, esposo da nossa funcionária Rejane, que foi sepultado hoje.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, se ele não viu alguém fazer o sinal da cruz, eu fiz o sinal da cruz neste momento. Porque a cruz é um símbolo não só dos católicos, mas, sim, do imenso povo cristão. É adotado por praticamente todas as religiões cristãs. Portanto, é um símbolo ecumênico. Acontece que muita gente não conhece o ecumenismo e nem conhece o que é laicidade. O Estado é laico, claro, mas o povo é religioso.

Eu fico extremamente triste que o Ver. Sgarbossa apresente este projeto que, realmente, é contra os princípios cristãos da nossa Cidade e de todo mundo. Porque um dos grandes símbolos, ou o maior símbolo do Rio de Janeiro, é a imagem do Cristo Redentor. Cidades como São Paulo têm nome de santo; Salvador, o nome de Jesus Cristo, e assim por diante. Eu fico extremamente triste, porque, primeiramente, este projeto é antirregimental, porque, Ver. Villela; quem administra a Casa, a Câmara de Vereadores não pode ser um Vereador, é a Mesa Diretora. Portanto, conforme parecer da Procuradoria, é privativo da Mesa Diretora decidir sobre todo tipo de administração da Casa.

Eu solicitei o encaminhamento para a Mesa Diretora, e espero que ela, amanhã de manhã, decida, porque deveria ter decidido de plano este projeto. Não precisa nem – claro, ouvir a Procuradoria, sim, sem dúvida. Agora, ouvir a Comissão de Justiça, por exemplo, claro que ela vai dizer isso, só que o regulamento diz que, se houver um voto contrário, o projeto segue em andamento.

Portanto, senhoras e senhores, lamento profundamente, não vou entrar na discussão, não vou agredir ninguém, absolutamente, porque Cristo nos ensina que devemos amar a todos, até os nossos inimigos, até os nossos algozes. Isso nós temos que cumprir: a missão amorosa de Jesus Cristo.

Eu lamento profundamente - mas profundamente -, fico triste. Eu estou, Ver. Cecchim, acho que nem a mãe do Vereador: extremamente triste, triste. Porque eu vejo muita gente indo às igrejas, buscando voto, aí quando vêm para cá, fazem agressões a todas as igrejas cristãs e ficam votando aborto, liberação da droga, casamento homossexual, e assim por diante, tudo o que é contra os costumes cristãos do nosso povo. Eu fico triste.

Mas lamento, lamento. Se tiver que votar, vamos votar, mas eu espero, Sr. Presidente, que a Mesa Diretora, na sua reunião de amanhã, decida pelo arquivamento desse projeto.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. João Carlos Nedel. O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, Ver. Pedro Ruas, Ver.ª Fernanda, quero, daqui, também fazer uma homenagem a esse brasileiro: Plínio de Arruda Sampaio. Esse homem foi Deputado, foi exilado como muitos foram, mas teve um gesto muito interessante quase no fim da vida, próximo dos 80 anos, aos 70 e tantos anos, depois de ter prestado grandes serviços ao Brasil. Não era da minha tendência política, mas nem por isso eu não deva admirar quem tem coerência. E o Deputado Plínio de Arruda Sampaio foi um dos primeiros a ver que o PT não era mais o mesmo, não era aquilo que ele tinha ajudado a fundar. Plínio de Arruda Sampaio deu um alerta lá atrás...

 

(Aparte antirregimental da Ver.ª Sofia Cavedon.)

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Pela esquerda, sim senhora, Ver.ª Sofia Cavedon! Isso mostra que a esquerda, a direita, o centro, todos viram que o PT estava afundando o Brasil. Mas o Plínio teve a inteligência de denunciar isso antes, do seu jeito, e foi ser candidato à Presidência da República para denunciar o que o PT estava fazendo com o Brasil. Enfrentou o Lula, a Dilma e todo o mundo, com uma campanha - não digo pobre, porque se tiver ideia rica a campanha não é pobre - com poucos recursos, e enfrentou esse tolo compressor do PT.

Diz o Ver. Marcelo Sgarbossa que não se deve impor religião para os cidadãos, que o Estado não deve se meter; eu acho que o Estado não deve se meter, mas o PT fazia doutrina ideológica nas escolas, e faz quando pode. Doutrina ideológica! Isso é muito mais grave do que tentar ensinar religião. Tenta impor a doutrina nos acampamentos, igrejas, escolas, em todos os lugares.

E o Lula até tentou ser técnico de futebol nesses dias, dizendo que quem quisesse aprender a fazer gol fosse à Bahia. Eu acho que os culpados pela derrota são o Lula e a Dilma, porque foi ele que mandou o pessoal ir para a Bahia. Só que foi a Alemanha que estava na Bahia treinando para fazer gol no Brasil. Imaginem só!

Então, para separar a homenagem que eu quis fazer ao Plínio e continuar falando sobre os desmandos que acontecem no Brasil hoje em dia... Não somos candidatos, Ver. Tarciso, Ver. Cássio; estamos aqui cumprindo com o mandato, como os demais colegas que também são candidatos e não deixam de cumprir o seu mandato, mas nós estamos aqui vigilantes, sim.

O Ver. Nedel fez um pequeno sermão aqui, o Ver. Tarciso também, e eu fui um pouquinho mais duro, porque eu sou até meio próximo - somos quase conterrâneos - do Ver. Sgarbossa. E eu não sei, sinceramente, como ele vai ser recebido em Ibiraiaras, por exemplo, quando souberem desse projeto. Vão chamá-lo, no mínimo, de anticristo, porque quem não gosta de crucifixo... Eu acho que isso é muito pesado, mas é o meu jeito de combater as ideias. Eu defendo irmão e amigo, e defenderei sempre Jesus Cristo e o crucifixo como a minha profissão de fé, batendo forte ou fazendo orações. Mas defenderei, sim, que o crucifixo, que a cruz permaneçam em todos os lugares públicos em que se possa tê-la. Isso não quer dizer que o Estado se imponha. Quem quer são as pessoas. A grande maioria do povo brasileiro quer a cruz em todos os lugares, de preferência nos mais altos e honestos lugares em que se possa tê-la. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. Idenir Cecchim. A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, Ver. Engº Comasseto, agradeço ao partido da oposição. Quero iniciar, neste período, deixando aqui a nossa homenagem a Plínio de Arruda Sampaio. Não para utilizá-lo para disputa política, porque deve desagradá-lo, profundamente, que a direita o utilize para fazer crítica ao PT. Porque, se Plínio afastou-se do PT e foi construir o PSOL, com certeza, foi num sentido de radical crítica ao que o modelo da direita fez neste País, querendo mais, e pela esquerda. Mas a nossa homenagem a Plínio de Arruda, Ver. Engº Comassetto, é por uma história inteira de uma vida de luta pela igualdade, pela democracia, pela liberdade, pela justiça social. Na Constituinte de 1988, um intelectual orgânico, como poucos, que, até a idade mais avançada, construía Partido, dedicava-se à vida pública, à reflexão teórica e intelectual, com uma visão nítida de sociedade. Para ele, construtor da democracia por toda uma vida, uma sociedade em que há privilégios, injustiça, violência e discriminação é uma sociedade que não é democrática.

Então, a nossa grande homenagem ao Plínio de Arruda Sampaio, independente do Partido - obviamente hoje, está no PSOL, mas, durante grande parte de sua vida, esteve no Partido dos Trabalhadores –, que construiu, a partir dessas ferramentas, a transformação na vida de tantos que, hoje, conseguem ter dignidade neste País; e, com certeza, a sua história diz que temos que ir mais longe, que temos que avançar mais.

Neste tempo de oposição, quero tratar do tema Mais Médicos, e combinei isso com os demais Partidos, porque, para nós, é um programa corajoso, que desacomoda a ideia de que, acima da vida, estão os privilégios, estão as corporações, estão o lucro e o enriquecimento. Hoje está provado, com o debate intenso e, infelizmente, belicoso – se não fosse tão belicoso, poderia fazer um programa muito melhor – o que houve neste País, pôde-se mostrar à sociedade brasileira o diagnóstico do que era e do que é o perfil da presença dos médicos no Brasil.

Nós temos 375 mil médicos, que estão concentrados na Região Sul e na Região Sudeste; o resto do Brasil tem uma presença muito tímida de médicos formados, sendo muitos formados pelo Poder Público, pelas universidades públicas. Além disso, nos últimos dez anos, o Brasil produziu 50 mil empregos para médicos a mais do que as universidades brasileiras formaram. É a única profissão, talvez, agora – ainda nas áreas tecnológicas nós temos essa dificuldade –, em que a gente tem muito mais emprego do que jovens formados, e isso se deve, sim, à corporação médica e às suas entidades, que não cansam de dizer na rádio, nas suas propagandas que tem médico suficiente no Brasil – e não é verdade. Outro elemento, provado na comparação com todos os países do mundo que conseguiram proteger a sua saúde, é que o Brasil tem 1,8 médicos – menos que 2 – por 1 mil habitantes, e todos os outros países vizinhos da América Latina têm mais que dois, três, quatro médicos por mil habitantes.

O Brasil, com o Programa Mais Médicos, primeiro, ofereceu empregos para os médicos brasileiros, tanto que, dos 14 mil médicos que aqui estão, 1,8 mil são brasileiros, sempre, nas cinco edições – primeiro, para os brasileiros. Além de oferecer essas vagas no Brasil, há duas outras importantes linhas no Programa Mais Médicos, e uma delas é a formação de mais médicos brasileiros, sim; a formação de mais jovens, a formação descentralizada, a residência descentralizada, Presidente, para que o jovem médico crie vínculos no Interior do Brasil. A outra linha é a transformação dessa formação, é residência para todos - hoje temos 4 mil residências a menos do que formados; é residência a partir da graduação, e não com o novo vestibular; e a residência com um ano de saúde comunitária, de saúde geral, porque está provado que essa saúde bem-feita, esse atendimento à Atenção Básica bem-feito reduz muito a ida aos setores especializados, às especialidades médicas, e traz saúde, não trata apenas a doença.

Então, viva Plínio Arruda Sampaio! Sei que o enfrentamento dos Mais Médicos tem a ver com sua história; parabéns a eles, aos brasileiros que enfrentaram esse privilégio que se impôs à vida, sobre os privilégios e sobre as riquezas de poucos. Obrigada, Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, observando a Pauta de hoje, vejo que temos projetos significativos para serem debatidos, como o projeto que trata da prevenção de câncer de cólon retal, projeto do nosso colega Ver. Cecchim. Mas hoje eu vou me reportar ao projeto do Ver. Sgarbossa.

Algumas propostas que apresentamos convergem, mas sobre esta aqui eu acho que temos muito a discutir. Apresentar um projeto que propõe a retirada de símbolo religioso me leva a pensar que, abrindo as portas para esse tipo de lei, poderemos, mais tarde, ter que tirar os feriados religiosos, as denominações de vias com nome de santos ou mesmo as estátuas que temos em muitos locais, em muitas cidades homenageando a religião. Nós não somos contra qualquer tipo de religião, somos abertos, inclusive gosto das filosofias orientais, que me impressionam muito. Mesmo como cristã, não tenho nenhum problema em tratar com qualquer tipo de religião. Acho que temos que nos posicionar mais sobre assuntos relevantes da nossa Cidade, em vez de interferir em algo que já faz parte do nosso contexto, a fé. A grande maioria da população é cristã.

Certamente votarei contra um projeto dessa amplitude porque vejo que daqui a pouco teremos que votar também o fim dos feriados religiosos ou que tenham identificação com qualquer nome de santo católico; por isso, resolvi expor os motivos da minha contrariedade sobre esse projeto. Eu tenho até projetos mais relevantes e que ainda não vieram à Pauta para discussão. Estranho como este tramitou tão rapidamente. Meu voto é contra certamente a este tipo de projeto.

 

(Não revisado pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa tarde a todos e todas. Em meu nome, em nome do Ver. Pedro Ruas, em nome do PSOL, eu gostaria de registrar a grande perda que nós tivemos no dia de ontem – perda de um militante da vida inteira: Plínio de Arruda Sampaio, um verdadeiro jovem de 83 anos de idade que esteve à frente, durante toda a sua militância aguerrida, abnegada, de muitas lutas; um homem com extrema capacidade de militância e de abnegação em nome das grandes causas do povo brasileiro no combate às desigualdades sociais, em defesa dos direitos sociais e dos direitos humanos; um homem que sempre defendeu a estratégia socialista como a estratégia capaz de emancipar a classe trabalhadora e a juventude, em um futuro diferente em que, de fato, a maioria controle a política e a economia. E é com grande tristeza que nós recebemos a notícia do falecimento do nosso companheiro Plínio de Arruda Sampaio. O Plínio foi Deputado cassado pela ditadura militar, foi militante desde o tempo do movimento estudantil, foi Deputado Constituinte, foi um dos grandes teóricos da reforma agrária no nosso País, foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores e, depois, quando esse Partido mudou a sua gênese e assumiu a velha forma de fazer política, ele veio se somar ao PSOL. Foi um dos fundadores do PSOL, que muito nos orgulhou e que esteve à frente das nossas lutas durante esses últimos anos.

Eu me lembro, Ver. Pedro Ruas, na campanha de 2010, quando o senhor era o nosso candidato a Governador do Estado do Rio Grande do Sul, da visita que o Plínio, então candidato à Presidente, fez ao nosso Estado, com a sua generosidade, com a sua gentileza, com a sua capacidade de enfrentamento e de luta permanente em defesa da população de nosso País, dos mais pobres e dos trabalhadores. Lembro-me mais, lembro do seu último debate, em que ele vez um chamado para que a juventude acreditasse em suas próprias forças como forma das grandes mudanças, que a juventude transpusesse os muros, como ele chamava, que tentavam colocar entre os desejos e os anseios daqueles que lutam por uma sociedade com mais direitos, por uma sociedade igualitária e fraterna. A ideologia dominante tenta tratar como uma utopia, colocando como se houvesse um muro. Então, o Plínio trabalhava com a analogia do muro, dizendo à juventude que transpusesse esses muros. Ele fez esse belo chamado aos jovens, no seu último debate em 2010.

Felizmente o Plínio viveu para ver a jornada de junho do ano passado, quando milhões de jovens tomaram as ruas do nosso País, começando com a pauta da mobilidade urbana, mas questionando os serviços públicos, a ausência de democracia, colocando, com muita indignação, o combate à corrupção e à luta por uma sociedade em que a juventude e o povo tivessem voz. O Plínio não só viveu para assistir ao levante de junho, querido Pedro, como viveu para participar das passeatas e das manifestações que foram gigantescas e multitudinárias na cidade de São Paulo. Por isso, quando me refiro ao Plínio, eu sempre penso em um jovem de 84 anos, porque era jovem de espírito, no sentido de ser um militante capaz de participar de atividades durante três turnos e nunca se dizer cansado, diante da sua crença e da sua certeza de que estava lutando por um ideal socialista, por um ideal digno da sua vida. Foi um militante de vida inteira. O Bertold Brecht, naquele belo poema, termina dizendo que os homens que lutam a vida inteira são imprescindíveis. O Plínio foi um dos imprescindíveis da história política da esquerda brasileira. E eu tenho certeza que nós honraremos a memória do Plínio de Arruda Sampaio em cada uma das lutas que nós estaremos presentes. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Apregoo a Emenda nº 17, de autoria da Bancada do PT, PSD e PROS, ao PLE nº 057/13.

Apregoo a Emenda nº 18, de autoria da Bancada do PT, ao PLE nº 057/13.

Apregoo a Emenda nº 19, de autoria das Bancadas do PT, PSD e PROS, ao PLE nº 057/13.

Apregoo a Emenda nº 20, de autoria das Bancadas do PT e PSD, ao PLE nº 057/13.

Apregoo a Emenda nº 21, de autoria da Bancada do PT, ao PLE nº 057/13.

Apregoo a Emenda nº 22, de autoria da Bancada do PT, ao PLE nº 057/13.

Apregoo a Emenda nº 23, de autoria da Bancada do PMDB, ao PLE nº 057/13.

Apregoo a Subemenda nº 01 à Emenda nº 07, de autoria das Bancadas do SDD e PROS, ao PLE nº 057/13.

Apregoo o Requerimento, de autoria do Ver. Engº Comassetto, solicitando votação em destaque das Emendas nºs 17, 18, 19, 20, 21 e 22 ao PLE nº 057/13.

Apregoo o Requerimento, de autoria do Ver. Professor Garcia, solicitando votação em destaque da Emenda nº 23 ao PLE nº 057/13.

Apregoo o Requerimento, de autoria do Líder da Bancada do PMDB e da Ver.ª Mônica Leal, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 12 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 12 ao PLE nº 057/13.

O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, primeiramente, eu quero falar sobre o meu amigo que estava de aniversário ontem, o Ver. Kevin Krieger, completando mais de 15 mil dias, mais ou menos 15.380 dias. Parabéns, Kevin. Ontem, estava tudo certinho para eu fazer uma homenagem para ti, e aí foi aquela loucura de o meu Brasil perder por sete a zero. É terrível! Meu Deus do céu!

O Emerson também está de aniversário. Ele foi Vereador e, agora, trabalha na EPTC, está sempre aqui. Parabéns, Emerson.

Quero agradecer ao meu Partido, ao Ver. Cassio “Astrogildo”, ao Ver. Paulinho Brum e ao Ver. Elizandro Sabino.

Venho falar da tristeza que se abateu ontem sobre milhões de torcedores que torciam muito pelo Brasil. A gente sabia que não seria fácil, mas o ridículo, a vergonha e a tristeza que nós passamos, realmente, para quem ama de verdade o esporte, foi muito triste. Foi muito triste, Ver. Professor Garcia! O legado que ficou desta Copa foi a hospitalidade com que os gaúchos receberam os países que vieram jogar aqui.

Fiquei ontem pensando, imaginando... Eu estava na Fan Fest, olhando para o meu querido comandante e Prefeito desta Cidade, José Fortunati. Ele fez a sua parte, com os seus Secretários, todos, com o Secretário João Bosco Vaz, que trabalhou intensamente nesta Copa, assim como o Deputado Kalil Sehbe, o Kalilzinho, e o Luizinho, da Secretaria da Juventude, o Artur, Secretário Adjunto e o nosso querido amigo Nenê, o Carlos, que é Secretário Adjunto da Governança. Estavam todos lá. Estão de parabéns pelo belo trabalho que esse Prefeito e essa legião de pessoas fizeram por esta Cidade. Receberam os turistas e mostraram um serviço de primeiríssima qualidade, um serviço que realmente só nos dá motivo de orgulho, Emerson. E a gente sabe que para montar um espetáculo desse tamanho, dessa magnitude, soma muita gente, somam muitos esforços, juntamente com a Guarda Municipal, a EPTC, o nosso querido amigo Vanderlei Cappellari, também o Secretário Freitas, da Guarda Municipal.

Quero dizer que eu vivi esse momento da Copa do Mundo e imaginava, Ver. Comassetto, que teríamos uma grande final contra a Argentina, e torcia que fosse com a Argentina para mostrar que nós sabíamos muito mais de futebol do que os argentinos. E, hoje, eu estou na iminência de torcer pela Argentina, no jogo, logo mais, para nós não pegarmos a Argentina.

Então, quero dizer que eu estou muito triste, Ver. Idenir Cecchim, Clóvis Magalhães, muito triste porque eu gosto de futebol, o futebol é uma maravilha. Conquistei, através do futebol, os melhores amigos que tenho. O futebol proporciona isso, Ver.ª Mônica. São milhões de pessoas que choraram. Eu fiquei muito chateado porque eu gosto do Felipão, o Felipão é gremista, mas eu não conseguia me convencer daquela vergonha que acontecia. Sr. Presidente, quero dizer que temos que enxugar as lágrimas, sacudir a poeira e continuar o nosso Governo, que dá tão certo, fez muito e continuará fazendo por esta Cidade. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Guilherme Socias Villela assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na última Sessão de Pauta, eu já falei deste meu projeto e hoje vou continuar desenvolvendo. Trata-se do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 008/14, (Lê.): “...que altera o caput e o § 1º do art. 140 da Lei Complementar nº 395, de 26 de dezembro de 1996 – Código Municipal de Saúde –, e alterações posteriores, excluindo os estabelecimentos de saúde do rol de locais em que é proibida a permanência de animais”. Na realidade, o que este projeto quer é permitir que animais domésticos possam entrar em hospitais, clínicas geriátricas e outros locais. Hoje sabemos que, mais do nunca, a relação homem/animal ajuda muito na qualidade de vida e proteção. Nessa semana, num projeto de pet terapia, por exemplo, uma atividade da aveterapia, no Solar Anita Garibaldi, onde ficam idosos, duas calopsitas, cujos nomes são Pose e Cristal, ajudam os idosos a passarem o tempo, e também na questão da acolhida e do sentimento. E quem tem animais domésticos sabe da importância do carinho, do afeto e do zelo que se tem com esses animais. E o que se procura, então, é que Porto Alegre possa fazer isso. Hoje, em São Paulo, o Hospital Alberto Einstein já faz isso. Ficamos sabendo que um hospital em Novo Hamburgo vai começar esse tipo de trabalho, mas, aqui em Porto Alegre, nós ainda não temos. Na realidade, nada mais justo do que fazer com que possamos disciplinar o regramento da entrada desses animais, junto com a Vigilância Sanitária e o Centro de Controle de Zoonozes, para que possamos, sim, dar uma melhor qualidade de vida às pessoas. Eu não tenho nenhuma dúvida de que este projeto vem qualificar, e muito, e vai amenizar o tempo de permanência de muitos doentes em nossos hospitais. A presença de um animal de estimação em um hospital, junto ao seu dono, vai facilitar, vai minimizar a dor daquela pessoa. E também já temos dados de que isso diminui o tempo de permanência de um paciente dentro do hospital. Por isso solicito aos nobres colegas Vereadores que analisem com carinho, se tiverem que fazer emendas, que façam, apresentem suas sugestões, façam as críticas, para que possamos elaborar o melhor projeto possível dentro dessa área na busca da qualidade de vida da nossa população, trazendo os animais para dentro desses estabelecimentos da área da saúde, seja em hospitais, em clínicas geriátricas, em creches, pois hoje já é permitido através de uma lei nossa, de 2004, bem como em escolas. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Engº Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

(O Ver. Professor Garcia reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, há dois projetos hoje na 2ª Sessão de Pauta que tratam do tema da saúde. Um deles é o projeto que acabou de ser elucidado pelo seu autor, o Ver. Professor Garcia. Há outro do Ver. Idenir Cecchim que inclui no calendário municipal o Dia de Prevenção de Câncer do Colorretal e a Semana de Prevenção do Câncer do Colorretal. Cada projeto que entrar nesta Casa tratando do tema da saúde traz para contribuição não só a sua análise como também o fato de nós discutirmos a saúde pública, analisarmos o tema da saúde pública e nos empenharmos para qualificar cada vez mais. Falo isto num momento em que, há poucos dias nesta Casa, votamos o projeto de lei que constituiu as condições legais para que o Hospital de Clínicas pudesse realizar uma obra de nada mais de R$ 580 milhões para qualificar aquele sistema. O Ver. Professor Garcia traz aqui o debate para que seja possível, nos locais de saúde, também termos o acesso de animais, para que isso seja incluído como terapia na relação do paciente com o animal. Já temos diversas técnicas culturais como a equoterapia, ou seja, terapia com os cavalos, assim como há com os cães para as pessoas com deficiência visual. Ver. Professor Garcia, queria dizer isso e trazer aqui também a preocupação de que Porto Alegre ganhou quatro UPAs do Governo Federal, e nós construímos uma lá na Zona Norte, no Centro Vida, e estão apontadas outras três UPAs, uma para a Zona Sul, uma para a Zona Central, e uma para a Zona Leste, que é um tema que precisamos tratar junto com esses temas da saúde. Estivemos juntos na inauguração do Hospital da Restinga, um equipamento magnífico, na qualidade Moinhos de Vento para o Sistema Único de Saúde. Mas para que o Hospital da Restinga, assim como qualquer outro hospital funcione bem, a rede de saúde, ou seja, as Unidades de Saúde da Família têm que estar inseridos, têm que ter essa rede que complete cem por cento da Cidade, e que técnicas - como essa sua - já estejam inseridas lá na base, para que as pessoas possam já estar incluídas.

Para concluir, não vou deixar de reproduzir o que foi dito na inauguração do Hospital da Restinga pela presidente do Conselho Municipal da Saúde, que fez uma fala muito boa, muito equilibrada, valorizando, dialogando, cobrando muitas vezes do Município, mas no sentido propositivo, e aí ela se referiu ao Mais Médicos, dizendo o seguinte: “Nós aqui da Restinga e Extremo-Sul recebemos 17 médicos do Mais Médicos, agora temos médicos nos horários previstos por lei, pela manhã, à tarde e à noite, temos com quem falar, temos com quem apresentar, porque antes íamos ao posto e o médico não estava, não tinha médico, íamos ao Lami e não tinha médico, íamos à Restinga e não tinha médico”. No Brasil, são 14.500 médicos, uma quantidade fantástica de médicos distribuídos por todo o Brasil, e que estão atendendo hoje, nada mais, nada menos, que 50 milhões de brasileiros de uma forma direta e indireta. Contem com o apoio deste Vereador e também de nossa Bancada para o diálogo e o debate dos projetos relacionados à saúde. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Vereador. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h29min.)

 

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